Galliano e o vídeo incriminador

Pois é... o que antes era um "disse, não disse" se transformou em algo real. O jornal britânico The Sun conseguiu um vídeo gravado em Dezembro de 2010 por um grupo de amigos e onde Galliano, completamente e visivelmente bêbado, diz que ama Hitler e direciona comentários anti-semitas às mulheres do grupo. Esse vídeo se soma ao evento acontecido na quinta passada, além de uma segunda acusação de agressão verbal feita por outra mulher ontem.

 imagem retirada do vídeo onde Galliano aparece fazendo comentários anti-semitas

A prisão de Galliano conseguiu ter uma repercussão maior que a semana de moda de Milão, e pessoas que trabalham comigo me contaram que a única coisa que se falava por lá era "quem entrará no lugar de Galliano". E essa é realmente a questão que fica. Como eu havia dito antes, Galliano é um artista como poucos e parece claro a todos no mundo da moda que a Dior perde uma força. Por outro lado, com esse vídeo e novas acusações aflorando se torna impossível para que a Dior mantenha Galliano em seu posto.

Galliano e seu advogado, entrando ontem na delegacia de polícia

Bryanboy escreveu uma declaração no Twitter que acabou sendo tão falada quanto o escândalo de Galliano, o defendendo das acusações. Enquanto o comentário de Bryanboy tem um pouco de razão, as evidências que surgem a cada minuto mostram que isso não foi um momento isolado, e o que grande parte do mundo da moda esperava não se concretizou. Não foi um esquema da Dior, não foi uma bebedeira que se transformou em algo mais, não há nada de conspiratório. Por mais absurdo que se parecia, o improvável se transformou em realidade: Galliano realmente parece ter algo contra judeus. Algo difícil de se pensar hoje em dia, mas que ainda insiste em acontecer...

 o tweet de Bryanboy que diz "todos dizemos coisas rudes e desagradáveis quando estamos bêbados".

A Dior agora tem um grande problema nas mãos. Se antes eles podiam manter Galliano em seu posto alegando um "disse me disse", agora o problema se transforma em uma grande estratégia de damage control, com o foco principal em minimizar as perdas para a marca. Se isso inclui Galliano ou não, por enquanto só as paredes da sala de reunião da Dior que saberão.

Mas o que vale ressaltar é que infelizmente Galliano não tem somente um problema com álcool. Ele tem um problema com um segmento da população mundial, e quanto a isso não há nada que possa ser feito. Ir para um rehab não o "curará" de anti-semitismo. A tristeza que fica é que um gênio da moda não soube administrar seu sucesso, e o futuro de Galliano parece cada vez mais escuro. Já diziam os sábios: quão mais alto o vôo, maior a queda.