Tuesday, May 18, 2010

a relação das marcas com consumidores

Adorei o texto que a jornalista Mariana Caminha escreveu no blog do Ricardo Noblat (do jornal O Globo) - não só por estar muito bem escrito e por ser relacionado à moda, mas porque vi de perto a estória descrita por ela. Foi na época em que eu vivia em Londres que vi as roupas da Burberry serem transformadas de mais procuradas para pano de chão.

Coloco aqui um pedaço o texto - a íntegra vocês podem ler no blog do Noblat:


"O pesadelo da Burberry no Reino Unido começou em 2004, quando os Chavs resolveram adotar como uniforme itens que apresentavam a estampa xadrez (branca, preta e vermelha), característica da marca.
Naquela época, não existia um Chav sequer que não ostentasse bonés, bolsas e as famosas capas de chuva da Burberry.

Foi um desastre para a imagem da empresa. As vendas começaram a cair, e depois de certo tempo, ninguém mais queria vestir acessórios da marca. Afinal de contas, a Burberry já estava associada a um comportamento antissocial e nada glamoroso.
A ligação entre os Chavs e a estampa xadrez mais famosa do mundo era tamanha que até mesmo pubs e clubes da Inglaterra passaram a proibir a entrada de pessoas que estivessem vestindo produtos da marca. Foi a gota d’água."





just chavtastic!


Acho muito interessante a forma como uma marca se relaciona com seus consumidores, e como um passo errado - ou até mesmo algo fora do controle da companhia - pode transformar anos e anos de trabalho e esforço em simples pó. Me lembra muito o caso da Louis Vuitton no Brasil. A procura exagerada por bolsas da marca inundaram o mercado com bolsas "made in China" - isso sem contar as mil e uma bolsas "inspiradas" nas da Vuitton, vendidas em quase todas as lojas. Eu não passo nem perto até hoje.


lembram dessas bolsas espalhadas por todos os camelôs do Brasil?


Ou então o episódio das gravatas Hermès no Brasil na época Collor - nosso ex-presidente era fã ávido das gravatas e, após os escândalos, elas foram associadas ao mau gosto, às "politicagens" e aos "novos ricos". Como o mercado brasileiro nunca significou nada pra Hermès, eles não fizeram nada a respeito. Nada como uns 20 anos - e uma febre de bolsas Birkin - pra fazer as pessoas esquecerem.


hoje em dia ninguém mais pensa em impeachment quando vê uma dessas...


Fato é que a grande maioria das marcas precisa se esforçar demais para reverter uma situação como essa. A Burberry investiu pesadíssimo para que a marca voltasse a ser "queridinha" entre os fashionistas, e existem outros casos no eixo Europa-USA que dão ótimos estudos de caso de marketing e estratégia. Acho que tenho que ler mais sobre isso, já que é o tipo de assunto que me interessa demais: branding e product placement. Vamos ver se acho mais coisas interessantes sobre isso para trazer a vocês...

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