Hoje o dia foi corrido então serei econômica nas palavras - mas acho que as montagens dizem tudo. Onde eu tiver que fazer um adendo, farei - combinados?
A vibe anos 70 que todo mundo vem falando - e que não foi captada muito bem pelas anteninhas de Marc Jacobs para a sua coleção principal (mas captou perfeitamente na Marc by!) - é a do "dia-a-dia". Imagine a sua mãe - ou você mesma, se tiver mais de 50 anos - se vestindo para ir ao cinema, trabalhar, sair com os amigos pra tomar um chopp. Ela ia de micro short, plataforma e cabelo com permanente afro? Pois é... E eu curto muuuuuuito as roupas do dia-a-dia dos anos 70. Demais mesmo. Fiquei feliz em ver que ela tá pegando em tudo quanto é lugar.
Interessante que já havia alguns meses que eu vinha desejando uma calça igual a que Diane Keaton usava em Annie Hall. Pode parecer maluquice minha mas eu acho que o inconsciente coletivo modístico sempre joga umas tendêncinhas na nossa cabeça e, voilà, elas aparecem logo depois. Tenho que comentar sobre as pochetes e os cintos de corda com uma simples frase: POR FAVOR, NÃO.
Os que mais me impressionaram foram as franjas usadas como forma de drapeado, dando forma às roupas, os bordados intricados e os cortes em laser - a sua maioria imitando renda.
Claro, claro... tiveram outras cores sim. Mas as que eu mais precebi foram o amarelo, o laranja e o azul royal. Especialmente porque muitos designers usaram essa combinação de cores na sua cartela, o que não é lá uma coisa muito usual e me saltou aos olhos.
A impressão que me dá do brilho jateado é que parece que alguém veio com um colorjet com difusor e jogou em cima. Jenny Packham - apesar de sua coleção nem um pouco coesa e que não gostei muito - fez esses vestidos maravilhosos.
Deu pra ver - como sempre - que a passarela de Nova York é sempre a mais comedida e comercial. Devo dizer que é a que menos gosto (junto com Milão e seu excesso em todos os quesitos) mas teve muita coisa legal que merece uma menção, como os desfiles de:
- Marc by Marc Jacobs: comercial com uma pegada setentinha, delícia;
- Elie Tahari: baseada toda no dourado fosco, foi monocromática mas não foi monótona em nenhum momento;
- Alexandre Herchcovitch: costumo não gostar dele, mas amei a coleção tirando a parte dos pastéis - tava meio que fora do contexto do resto (e eu particularmente detesto pastéis);
- Dennis Basso: suas roupas bufantes e estruturadas foram milhões de vezes mais bonitas que qualquer Marchesa que aparece por aí (que, aliás, sempre aparece com os *mesmos* bufantes - um saco);
- 3.1 Phillip Lim: tem um motivo pra ele ser o queridinho das londrinas, é roupa clássica vista pelos olhos de um louco;
- Karen Walker: me surpreendeu, uma coleção coesa com peças super usáveis, elegantes e com um jeito moderno;
- Rachel Roy: esse é do meu gosto particular, metade do meu armário é digno de uma "Rachel Roy girl";
- Alice + Olivia: outra marca amada pelos londrinos e também pelos suecos. E pra onde os suecos vão, eu vou atrás. Tem um look "tough cookie" que eu amo;
- Suno: essa marca me surpreendeu com seus tecidos étnicos vindos do Quênia, trabalho de comércio justo e look de descoladas nova-iorquinas. Pode apostar que eles vão ser nome grande daqui a pouco;
- TSE: coleção feita por Jason Wu e dá pra ver sua cara em todas as peças. Se eu tivesse que definir, seria "roupa para as Obama filhas daqui a uns 5-10 anos".
E o bom de se morar no Brasil é ver essas coleções saindo e tentar já buscar o que tem para vender das coleções de primavera/verão que estão entrando nas prateleiras e fazer com que sua roupa dure não só uma estação! Recomendo muitíssimo a quem gosta mesmo de moda a se jogar, olhar todas as fotos (até dizer chega!) e tentar captar coisas que aparecem em diversos desfiles. Aí é bater perna no shopping e ver se acha algo similar. Eu, por outro lado, tô aqui vendo coleções de verão e me preparando pro frio que me espera... Tá vendo, nem tudo é mal no Brasil!
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